Memórias do quotidiano de um convento quinhentista. Grada 102. A fronteira

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Francisco Bilou

Dito de modo simples, o ‘convento’ é uma comunidade religiosa reunida num espaço físico (o ‘mosteiro’) e irmanada na obediência a uma regra. Fechada ao mundo, a comunidade vive “portas a dentro”numa permanente celebração retrospetiva do tempo sagrado. No calendário litúrgico anual, em todos os meses há dias consagrados aos santos e aos momentos-de-fé da vida de Maria e do seu filho carnal, muitos deles coincidindo com ‘temporas’e ‘ladainhas’, a marcar ciclos de jejum e abstinência.

Tome-se o exemplo do livro das receitas e despesas dos anos de 1591-94 do convento de Santa Clara de Santarém (ANTT, ‘Ordem dos Frades Menores, Província de Portugal, Convento de Santa Clara de Santarém’, liv. 3) e anote-se, desde logo, o fluir to tempo de acordo com as estações do ano: em fevereiro compram-se “canas para as vinhas e junça pera elas”; em abril manda-se tosquiar os carneiros; em junho cavar as vinhas, segar e debulhar o trigo, é época própria para “ferrar os carneiros” com “azeite de zimbro”; em setembro vindima-se e carrega-se a uva para adega e gratifica-se com sardinhas a mão-de-obra contratada; em novembro semeia-se e lavra-se a terra; mata-se o porco em dezembro e paga-se à ‘tripeira’ de lavar as tripas no rio…

Mas a marcha do tempo também traz os habituais rituais de fé sempre acompanhados de dieta própria: ovos, manteiga de porco, “açúcar e arroz para o dia de Nossa Senhora e S. Sebastião”; grãos, chícharos e favas para a Quaresma, queijadas e folares para os “cumprimentos da Páscoa”, “mel para os beilhós de Nossa Senhora da Encarnação e quinta-feira de Endoenças”, é tempo de pão de ló e queijadinhas; em maio e junho chegam as “queijadas do Espírito Santo”, as “cerejas para a Trindade e dia de Corpo de Deus”, o “leite cozido de Santo António”, os “cucus dos Apostolos” e havendo “sessão”, “almandegas”; e em pleno verão lagostas e “melões pera dia de Santa Clara”, “ameixas para dia de Nossa Senhora das Neves”e “maçãs por Nossa Senhora de Setembro”; é tempo de fazer “maçapães e trutas meladas”, “maçapães de ovos e peras cobertas”; setembro e outubro é tempo de “arroz para o dia de Nossa Senhora e São Francisco e dia das Virgens” e de aprovisionar “romãs pera xarope”; finalmente em novembro e dezembro surgem as “castanhas para os Santos e Finados e para dia de Nossa Senhora da Conceição”, é o tempo próprio para obsequiar o “padre ministro” com “duas perdizes e maçãs camoesas”…

Depois das festas da Natividade, Circuncisão e Epifania, o ciclo recomeça. A escrivã vai precisar certamente de “penas e areia”, a cozinha talvez de uns “púcaros de Estremoz”, e quando chegar o tempo “lampreias para os padres pregadores da Quaresma”…

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