Notícia da fundação da Capela de Santo António dos Portugueses, em Sevilha (1611). Grada 134. A fronteira

Léelo en solo 3 minutos !!

Francisco Bilou

Já aqui trouxemos alguns testemunhos artísticos da “nação portuguesa” de Sevilha entre os séculos XVI e XVII, casos dos pintores Jerónimo de Mendonça, Vasco Pereira Lusitano, Baltazar Gomes Figueira e José Nunes Correia, este revelado pela primeira vez nesta revista.

Dinamizada por vários “homens de negócios e comerciantes”, esta “nação” reunida em irmandade haveria de se mobilizar, em 1594, para construir a sua própria capela, consagrada ao também português Santo António. O local escolhido, revelador só por si do estatuto social desta comunidade, foi o claustro do mosteiro de São Francisco, então o maior complexo monástico de Sevilha.

Nesse ano de 1594 celebrou-se o primeiro “acuerdo” sobre a instituição da capela, o qual seria mais tarde recordado (1614) a propósito de um pleito jurídico que “contra la dicha nacion intento Gaspar Lopez de Setubal, sobre los gastos que dize hizo en la fabrica de la capilla del señor san Francisco desta ciudade”.

É justamente por este pleito que se sabe que a “nação portuguesa” se juntou “en casa de Simon Freyle de Lima, y de voluntad, y acuerdo de todos quedò resuelto, que se comprasse en el monasteiro de san Francisco desta ciudad (de Sevilha) el sitio y lugar donde se labrasse su capilla: y comprado el dicho sitio, en outra junta que se hizo de la dicha nacion en el dicho monasteiro em ocho dias del mes de Septiembre de el dicho año (1594) se acordò que se labrasse la dicha capilla por la traça y modelo que Assensio de Malda maestro mayor dela santa Iglesia mayor desta ciudadd hizo, y mostro en presencia de todos: y para que assistiessen a la fabrica, y labor della se nombraram, y diputaron a Pedro de Figueiras, y a Pedro Nuñez, a los quales se les dio comissiom de poder comprar, y pagar los materiales, y gente que para la dicha obra y labor fuesse necessaria (…) y hasta la auer acabado de todo pronto, y en toda perfeccion compren, y paguem todos los materiales, los oficiales, y peones que fueren necessarios, a los precios como ellos los concertarem, y para la paga de los dichos materiales, y gente puedan tomar, y tomen a cambio el dinero que fuera menester”.

Num segundo “acuerdo”, feito em 1610 (já) na “capela do Senhor Santo António”, se determinou que a obra se sagraria no ano seguinte, no dia de Santo António (13 de junho), razão para se datar a obra de 1611.

Tendo os gastos da fábrica excedido as previsões iniciais, o tesoureiro da obra, Gaspar Lopes de Setúbal, por não querer pagar de seu bolso o remanescente, ainda alegou em sua defesa que “hizo, y fabricò la mas insigne obra, y capilla que ay en España”.

Infelizmente nenhuma imagem sobreveio da capela da “nação portuguesa” de Sevilha, não obstante notícias do século XVIII se lhe referirem como sendo uma igreja de “tres naves, com colunas de mármol duplicadas que sustentaban los arcos y en las naves laterales tenían sus altares y sus capillas com retablos y esculturas y toda ella estaba adornada com cortaduras de yeresía” (Castillo Utrilla, 1994).

Eis as fontes usadas neste texto: Biblioteca Nacional de España, “Por Rui Fernandez Pereira, y consortes de la nacion portuguesa, en el pleyto que contra la dicha nacion intento Gaspar Lopez de Setubal, sobre los gastos que dize hizo en la fabrica de la capilla del señor san Antonio, en la iglesia de señor san Francisco desta ciudad”; Del Castillo Utrilla, María José. ‘La capilla de San Antonio de los portugueses en Sevilla’. Laboratorio de Arte, nº 7. 1994. pp. 81-96.

¿quieres saber más?

Summary
Notícia da fundação da Capela de Santo António dos Portugueses, em Sevilha (1611). Grada 134. A fronteira
Article Name
Notícia da fundação da Capela de Santo António dos Portugueses, em Sevilha (1611). Grada 134. A fronteira
Description
Já aqui trouxemos alguns testemunhos artísticos da “nação portuguesa” de Sevilha entre os séculos XVI e XVII, casos dos pintores Jerónimo de Mendonça, Vasco Pereira Lusitano, Baltazar Gomes Figueira e José Nunes Correia, este revelado pela primeira vez nesta revista.
Author