Os milagres de Nossa Senhora do Espinheiro. Grada 96. A fronteira

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Francisco Bilou

Num manuscrito inédito da Real Biblioteca del Monasterio de San Lorenzo de El Escorial, de que temos cópia por gentileza do Dr. Rui Arimateia, acha-se uma ‘memória’ anónima do mosteiro de N. Sra. do Espinheiro (Évora). Ainda que se desconheçam as razões pelas quais se encontra nos fundos documentais daquele célebre mosteiro espanhol, bem como a identidade do seu autor, não será difícil conjeturar tratar-se de um frade jerónimo português que passou no final do século XVI ou princípio do seguinte ao mosteiro do Escorial, de resto da mesma Ordem, levando consigo um ‘tratado’ de cariz memorialista da ‘Casa’ onde havia professado longos anos.

Aguardando a necessária publicação, integral e comentada, aqui se revela uma breve passagem do documento sobre os milagres de N. Sra. do Espinheiro:
“(H)oje 29 de Dezembro de (15)95, em que este tratado escreuo, se justiçou nesta cidade d’Euora hum famoso ladrão, que ouuera de Roubar todos os templos desta cidade, senão fora sua desdita em ser o segundo que roubou este da Virgem do (E)spinheiro. Este ladrão era castelhano, natural de Albuquerque, onde fazia muitos furtos E os vinha vender a esta cidade (…) e tão manhoso e ardiloso era que a tudo furtaua mudaua a forma, porque das quartinas dos retabolos fazia pauilhões e dos ornamentos e frontais colchas de inuenções muito ricas, e a outras cousas da mesma maneira, de modo que as proprias pessoas não conheciam o furto. Tinha este ladrão roubado ja a Igreja de S. Domingos d’Euora sem se achar rastro, ou vestigio algum por onde entrara, nem sahira, o mesmo fez nesta Igreja do (E)spinheiro dia de Pascoela, roubando frontais de tella ricos, e toda a cousa de corporais, e suas contas d’ouro cheias d’ambre (sic) que a Virgem tinha na mão, que valião quarenta mil reis, e huns corais do menino com estremos d’ouro, o que trazia os padres desta casa agonizadissimos, não somente pollo furto que mujto importaua, mas por não acharem porta alguma aberta, nem rastro, nem cousa por onde sahisse, nem entrasse o ladrão. Este castelhano corria a cidade d’Euora, e conuersaua com todos os honrados, gastaua largo e trabalhaua e brasonaua (sic) ser filho dalgum Senhor do Rejno. Premitio a Virgem que estando este ladrão pera o outro dia se ir pera Albuquerque com o furto, huma deuota molher desta casa mandou chamar o prior, e a elle e ao sancristão disse estar hum homem honrado em Euora, que dizião ter hum rol de mujtas peças de seda os quais tinha comprado, que seria bom saber se tinha algumas das que se furtarão á casa, e virando os padres os rostos pera a imagem de Nossa Senhora a sentirão estar alegre e disse hum ao outro que parecia alegrar se Nossa Senhora com aquella noua, pollo que mandou logo o prior hum religioso a Euora, o qual leuou a Justiça a casa onde este homem viuia, e não no achando lhe abrirão a porta, e sobindo a huma loja por huma escada acima lhe não acharão cousa alguma na ditta casa polo que se tornarão a descer. E estando em baixo sentirão passadas na casa de cima onde não tinham achado alguém, polo que tornando la, e não achando nada, hum donato de casa se meteo em huma chamine por ver se se metera alguma pessoa nella, e vio pendurado no alto da chamine hum saco, o qual deitarão logo abaixo, e o acharão cheio dos ornamentos da casa, e tendo em espreita o ladrão, que era a huma horta buscar huma egua sua em que andaua pera ao outro dia se hir caminho de Albuquerque com o roubo desta casa, e com o de S. Domingos, que tinha fora de casa em huma arcaz, o tomarão, e o leuarão a casa do Juiz, diante de quem negou tudo, queixando se de assi tratarem un hombre de su persona, e tendo lhe já desabotoado o pelote, e jubão, lhe não tinhão achado, saluo uma cadea d’alchimia (?), mas como apertassem com elle que desse conta das contas de Nossa Senhora, fez huma grande exclamação á Virgem dizendo que mostrasse alij o milagre de sua inocencia, e como não he acertado zombarmos com Deus acodio a Virgem a esta petição, mais por sua honra que pola tenção do falso ladrão, porque dando as contas de sij hum grande cheiro, hum alcaide com grande voz disse: Milagre, este tem em sij as contas. E tornado o a despir acharão antre camisa e carne, deitados de tira colo por debaixo do braço, e por este furto se descobrio não somente o de São Domingos, mas ainda outros que tinha furtado em castella pollas quais foi justissado”.

Real Biblioteca del Monasterio de San Lorenzo de El Escorial, C. III. 3, fls. 378-386.

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