Logo revista Grada
Buscar

A Fonte da Alameda e o Aqueduto da Amoreira, em Elvas. Grada 169. Francisco Bilou

A Fonte da Alameda e o Aqueduto da Amoreira, em Elvas. Grada 169. Francisco Bilou
Foto: Cedida
Léeme en 3 minutos

Completam-se este ano quatro séculos sobre a chegada da água da Fonte da Amoreira ao interior da cidade de Elvas.

Muito oportunamente a Associação de Desenvolvimento pela Cultura (AIAR) acaba de organizar um congresso em Elvas intitulado ‘1622-2022: 400º aniversário do Aqueducto da Amoreira. Boas práticas e gestão sustentável do património hidráulico’, o qual contou com a participação de estudiosos e investigadores, nacionais e estrangeiros, que se juntaram para debater a relevância patrimonial e artística da arquitetura da água.

Iniciado logo após a construção do Aqueduto da Água da Prata, em Évora, e tendo como máximo responsável o mesmo mestre pedreiro, Francisco de Arruda, o Aqueduto da Amoreira teve o seu início em 1538, segundo recentemente apurámos.

A obra chegou ao mosteiro de São Francisco em 1542, ficando, contudo, por construir a parte mais complexa da arcaria, o atravessamento do vale de São Francisco, obra gigantesca e inédita até aí em Portugal, cujos imensos recursos financeiros não permitiram que decorresse com a celeridade desejada pelos moradores da cidade.

Tardaria esse momento, apenas celebrado em 1622 com a chegada da primeira água à Fonte da Misericórdia, estrutura construída para o efeito segundo a traça do mestre Diogo Marques e sob supervisão técnica e artística do arquiteto da Casa de Bragança, Pero Vaz Pereira.

Após esta data celebrativa, importou aos responsáveis municipais distribuir a preciosa água da Amoreira pelos diferentes espaços públicos da cidade, o que fizeram através de canalizações subterrâneas, fazendo brotar a água por ação gravítica em fontes e chafarizes.

Logo em 1628 foram construídas três fontes: a da Alameda, a de São Domingos e a de São Vivente. Da obra da fonte da Alameda conserva-se um precioso contrato notarial no livro de notas de Manuel Oliveira, notário de Vila Viçosa, que, em 18 de agosto de 1628 fazia anotar no Livro 84, às folhas 20-23, o “contrato entre Agostinho Nunes pedreiro e Fernão Gomes pedreiro, morador na cidade de Elvas de uma fonte”.

O “público instrumento de contrato” celebrou-se nas casas de morada de Manuel Pires, pedreiro, constando aí que o referido pedreiro Fernão Gomes “tinha tomado na cidade d’Elvas ao Corregedor dela uma fonte de pedraria branca da água da Amoreira (…)”, a qual se havia de fazer “na alameda no lugar onde o Corregedor assentar”.

A fonte, talhada em Vila Viçosa por Agostinho Nunes e assentada em Elvas por Fernão Gomes, é uma obra afim do estilo maneirista generalizado ainda no final do século XVI. A sua estrutura é composta por um tanque de água muito baixo, de forma hexagonal, cujo centro é pontuado por um conjunto de duas taças apoiadas por um alto pé, ambas de igual desenho, mas sobrepostas em tamanho decrescente, estando a taça superior rematada por um pináculo floral bolbiforme.

Esta fonte de bicas manteve-se na Alameda (antigo jardim municipal) até 1811, tendo sido posteriormente transferida para a entrada do cemitério municipal, em 1844, onde ainda hoje se encontra.

ENTRADAS RELACIONADAS

#15AñosConectando El jueves 13 de junio de 2024 se entregará la décimo quinta edición de los Premios Grada, con su...
El alcalde de Mérida, Antonio Rodríguez Osuna, y el presidente de la Unión de cooperativas de trabajo asociado de Extremadura...
En torno a 200 mujeres ejecutivas y directivas se han implicado en el proyecto WITH en Extremadura con el objetivo...
La Confederación Regional Empresarial Extremeña (Creex) y el Ministerio de Defensa han suscrito un acuerdo con el objetivo de promover...
La provincia de Badajoz se incorpora a la segunda edición de Ineco RuralTIC, el programa de digitalización del mundo rural...
Caja Rural de Extremadura ha suscrito un convenio de colaboración con la Asociación nacional de criadores de cerdo ibérico (Aeceriber)...

LO MÁS LEÍDO