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A obra de Niculoso Pisano em Évora. Grada 140. Francisco Bilou

A obra de Niculoso Pisano em Évora. Grada 140. A fronteira
Foto: Cedida
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Niculoso Francisco Pisano, pintor e ceramista de origem italiana, ativo em Sevilha, pelo menos de 1503 a 1526, trouxe à Península Ibérica uma nova técnica de pintar cerâmica e um novo reportório ornamental de matriz clássica. Esta nova técnica permitia pintar sobre a superfície cerâmica sem as restrições técnicas da azulejaria hispano-árabe tradicional, até aí muito condicionadas pela impossibilidade da mistura das cores, permitindo aos artistas explorarem outras soluções plásticas habitualmente usadas noutros tipos de suporte, particularmente a madeira e o estuque.

Todavia, na oficina de Niculoso Pisano foram produzidos não só azulejos de aresta e na técnica de majólica como também figuras de terracota vidrada ao modo florentino. Muita desta produção oficinal sevilhana foi destinada ao mercado artístico português durante as três primeiras décadas do século XVI.

Da oficina deste mestre italiano, e quiçá pintada pelo filho Juan Bauptista Pisano, é a bela Anunciação do Museu de Évora (ME 231), proveniente do mosteiro de São Bento de Cástris, onde A. C. Teixeira de Aragão, em 1881, a viu e a descreveu como “um preciosissimo quadro de azulejos, obra que me pareceu do seculo XV, que estava sobre a porta de uma capella no claustro” (ANTT, AJF/Cx2/P2/Doc. 10/12).

A peça representa as duas figuras, Maria e o Anjo Gabriel, que protagonizam o conhecido episódio da ‘Anunciação’. A colocação das figuras obedece, como habitualmente, a uma representação frontal e simétrica, vivida no ambiente doméstico da Virgem, este enquadrado por uma arquitetura de sólida expressão ‘ao romano’ e em cujo fundo se vê uma varanda que abre para uma paisagem campestre. Maria, debaixo de um dossel de rico estofo, e rezando por um livro de horas aberto sobre uma mesa de quarto, saúda o Anjo que vem acompanhado pela habitual filactera gravada com a expressão ‘Ave Gracia’.

A presença em Évora desta peça de importação, produzida em Sevilha provavelmente à volta de 1522, aquando da finalização da obra do claustro cisterciense, marca o primeiro momento, ainda que sem consequência imediata, do Renascimento em Évora. A este propósito, recorde-se que será ainda para São Bento de Cástris que o pintor-vitralista Estevão Tomás pintará, em 1533, o retábulo da capela-mor, obra inacabada por morte deste artista e que introduz no panorama artístico eborense, definitivamente, a arte ‘ao romano’. Dois momentos que fazem do mosteiro de São Bento de Cástris o primeiro foco do Renascimento em Évora.

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