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Filipe I (de Portugal) e a obra da ponte da vila de Avô (Oliveira do Hospital), 1586-1588. Grada 139. Francisco Bilou

Filipe I (de Portugal) e a obra da ponte da vila de Avô (Oliveira do Hospital), 1586-1588. Grada 139. A fronteira
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Após 1580, Filipe I (de Portugal, II de Espanha) lançou um conjunto de obras públicas nos seus novos domínios portugueses, de que o mais significativo (e conhecido) foi o investimento na fortificação dos principais portos marítimos. Dessa primeira campanha de obras filipinas resultou, por exemplo, a edificação do torreão do paço da Ribeira, em Lisboa, obra de Filipe Tércio de 1581. No entanto, outras obras espalhadas pelo país mereceram a atenção do monarca espanhol, sobretudo obras hidráulicas, como foi o caso da navegabilidade do Tejo e do Douro e a reconstrução de pontes em Coimbra, Canaveses, Prado, Mirandela e Guarda. Sabemos agora que também foi o caso da ponte sobre o rio Alva à passagem da pequena vila de Avô, no concelho de Oliveira do Hospital, aqui obra lançada de raiz.

Com efeito, a 7 de agosto de 1586 o rei D. Filipe I, através do seu despacho de Lisboa, fez saber por carta aos moradores das comarcas da “cidade da Guarda e vila de Castelo Branco”, das diligências que por seu mandado se fizeram “acerca da obra da ponte da villa de Avoo”. Mais informa o rei que autorizava a arrematação da obra “a Marcos Rodrigues mestre de cantaria morador na cidade de Viseu” pela quantia de 400 mil reais. Após reforçar a necessidade do cumprimento das clausulas contratuais, Filipe I deu como válido o contrato já arrematado com os oficiais da câmara da vila de Avô para que a obra se efetuasse “dentro de dous anos”, explicando que “os ditos 400 mil reais se fintar(iam) na forma da ordenação pelas sessenta e três vilas e lugares declarados nos róis” (Arquivo Nacional Torre do Tombo (ANTT), Chancelaria de Filipe I, Privilégios, Liv. 5, fls. 143-143v).

Trata-se, como bem se percebe, de uma obra pública com repartição de custos pelos principais utilizadores (as referidas sessenta e três vilas e lugares), procedimento habitual em obras para beneficio público como foi o caso, por exemplo, do Aqueduto de Évora (1533-39). À medida da arrecadação dessa “finta”, isto é, desse imposto lançado para o efeito, as verbas iriam sendo aplicadas na obra, nomeadamente no pagamento das jornas de Marcos Rodrigues e dos oficiais que com ele trabalhariam de empreitada.

Obra arrojada, de um só arco monumental de pleno centro, construído sobre a garganta rochosa do rio Alva e aos pés do antigo castelo da vila, a ponte de cantaria terá sido finalizada por volta de 1588, conforme se explicitava no contrato lavrado com o mestre Marcos Rodrigues.

Este Marcos Rodrigues, de quem pouco se sabe, foi mestre de pedraria muito conceituado na sua época, decerto operante em toda a área da Beira Alta, entre Viseu e a Guarda.

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