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Traslado de los huesos de don Juan Manuel, camarero del rey de Portugal (1501). Grada 153. Francisco Bilou

Traslado de los huesos de don Juan Manuel, camarero del rey de Portugal (1501). Grada 153. Francisco Bilou
Convento de Jesús, en Setúbal. Ilustración: Biblioteca Nacional de Portugal
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D. João Manuel, camareiro-mor de D. Manuel I, faleceu prematuramente em Granada no ano de 1499 quando o monarca português, já então viúvo de D. Isabel de Aragão, Princesa das Astúrias, aí fizera jurar o recém-nascido Príncipe D. Miguel da Paz, fugaz herdeiro dos tronos peninsulares. Diz Damião de Góis, cronista de D. Manuel, que ao saber da morte do seu camareiro o rei ficou “muito anojado, e sentiu muito a sua morte pela boa vontade que lhe tinha e criação que nele fizera”.

Filho ilegítimo do bispo da Guarda, e de Justa Rodrigues Pereira, futura ama de leite de D. Manuel, a quem o rei D. Afonso V legitimou ainda em 1475, D. João Manuel foi um dos mais destacados cortesãos do início do reinado manuelino, cabendo-lhe duas missões diplomáticas aos Reis Católicos. Homem de bom trato e de vasta cultura literária, foi discípulo e amigo do latinista siciliano Cataldo Sículo (c.1455-1517), e ainda poeta do ‘Cancioneiro Geral’, de Garcia de Resende.

Seu irmão, D. Nuno Manuel, foi colaço do rei e seu guarda-mor e almotacé-mor. Teve casas em Évora, paredes meias com a cerca do Paço Real, aos ‘Chãos Domingueiros’, e senhor da Torre das Águias, após 1520, estrutura hoje em ruínas perto de Nossa Senhora das Brotas (Mora).

Sabemos agora que em outubro de 1501, dois anos após a sua morte, e talvez a instâncias de sua mãe junto do rei (que nesse ano estadeou em Setúbal), os ossos do malogrado camareiro-mor foram trasladados a Portugal, conforme consta “da Orden a los portazgueros de Granada a Portugal para que permitan el libre paso de Andrés Hernández, escudero del rey de Portugal, con una acémila y tres caballos, que va en dirección a Setubal llevando los huesos de don Juan Manuel, camarero mayor que fue de dicho rey” (Archivo General de Simancas, CCA,CED,5,278,3). O destino final da viagem está, aliás, bem explicitado, Setúbal, local de residência familiar e onde sua mãe acabava de fundar o convento das clarissas, mais conhecido como Mosteiro de Jesus (que ilustra este texto em desenho de artista estrangeiro de passagem por Portugal no início do século XIX, Biblioteca Nacional de Portugal/BND). É de crer que D. Nuno Manuel terá sido sepultado no jazigo familiar que a fundadora sua mãe mandou fazer pouco depois (1505) e onde ela própria acabaria por ser sepultada em 1514.

Do poeta D. João Manuel recorde-se a sua famosa “Regra para quem quiser viver em paz:
Ouve, vê e cala, // e viverás vida folgada: // tua porta cerrarás, // teu vizinho louvarás; // quanto podes não farás, // quanto sabes não dirás, // quanto vês não julgarás, // quanto ouves não crerás, // se quiseres viver em paz. // Seis coisas sempre vês, // quando falares, te mando: // de quem falas, onde e quê, // e a quem, como e quando: // nunca fies, nem porfies // nem a outro injuries, // não estejas muito na praça // nem te rias de quem passa, // seja teu tudo o que vestes, // a velhacos não afrontes, // não cavalgarás em potro. // Nem tua mulher gabes a outro, // não cuides de ser valentão // nem travar contra a razão. // Assim lograrás tuas cãs // com tuas queixadas sãs”.

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